domingo, 3 de junho de 2007

Camelo

Há um camelo à porta do mundo do osso
Cheira a pó de tâmara
Nas berças do mundo térreo
Num desdém de cigarro
Preso na orla dos lábios pintados
No espaço onde o fumo se quebra meto-me
A língua vibra na tua
Na espinha vibra o osso que agasalha o músculo internamente
Com a doçura da medeia de escamas que ondula imitando o
mar de plástico de goma de sal
Que muda de senso de rumo e de sangue
e corre para te salgar o útero.